domingo, 25 de novembro de 2012

Obesidade Infantil

A obesidade infantil vem crescendo cada vez mais nos últimos anos, isso se torna um grande problema para toda a humanidade. Já são cerca de 35% das meninas e 32% dos meninos que sofrem com a obesidade. Em 1970, os dados eram de 10,9% das meninas e 8,6% dos meninos, ou seja, o número de crianças obesas no mundo triplicou. Uma das causas dessa obesidade é a propaganda de televisão, que, ao usar técnicas de marketing, atrai as crianças a determinados produtos, muitas vezes industrializados. Outro fator da obesidade infantil é a falta de atividade física (que vem junto com a urbanização e avanço da tecnologia).

O Brasil ainda está passando por aumento na tecnologia (acessos a TV, telefone e automóveis), os EUA já passaram por isso há mais de 40 anos, e o Brasil já está quase o alcançando-o, se nada for feito a respeito, quando o Brasil chegar ao nível dos EUA pode ser que a situação no Brasil, chegue a ficar até mais grave do que a dos EUA. Nós já sabemos que o problema vem a piorar cada vez mais, e este estudo nos ajuda a identificar melhor o problema para perceber se as pessoas vão ou não contribuir para a diminuição de peso no país.

                                                                
                                               Publicado em 09/11/2012 
Entrevista com Estela Renner (Diretora) e Marcos Nisti               (Produtor executivo) do documentário Muito Além do Peso.









O excesso de peso durante a infância e adolescência é prenúncio de excesso de peso na idade adulta. As crianças com excesso de peso, entre os 10 e os 14 anos, com pelo menos um dos pais obeso ou com excesso de peso, são referenciados como tendo 79% de probabilidades de que o excesso de peso se mantenha quando adultos.
A Obesidade também atinge famílias, quase 40% das crianças no Brasil. Essas famílias estão entre as classes médias e classes médias baixas. Há uma afirmação que diz “não é preciso ser rico para comer”, como as comidas mais baratas são industrializadas e cheias de açúcares e gordura, a má alimentação chega a atingir toda a população.
O Brasil está com um grave problema em questão da obesidade, principalmente com crianças por razões simples que podem ser resolvidas a partir da “moderação” e através de exercícios físicos diários. As pessoas não chegam a se preocupar com a falta de nutrientes saudáveis e isso leva cada vez a uma frequência maior de consumo de alimentos que deveriam ser descartados diariamente, o povo compreende a situação, mas não compreende a saúde.



segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Quem deve fazer Treinamento de Força?
Parte 1- Idosos

Existem ainda muitas crenças errôneas a respeito do Treinamento de Força, apesar deste não ser exatamente uma atividade recente. Existem evidências de que na Grécia, atletas usavam pesos nas mãos em 708 A.C. para melhorar seu desempenho em salto a distância (Minetti e Ardigo, 2002). Porém foram nas últimas décadas que que a atividade aumentou significativamente o número de adeptos por diferentes motivos, entre eles estéticos, de saúde ou mesmo para a recuperação de alguma lesão.   

O exercício resistido vem sendo utilizado na área da saúde para denominar o que os profissionais da Educação Física chamam de: exercício de força, exercício com pesos, exercício contra a resistência, exercício localizado, exercício de resistência muscular localizada ou ainda musculação. Trata-se de um tipo de exercício no qual a contração muscular é realizada por um determinado segmento corporal, contra a força que se opõe ao movimento, ou seja, contra uma resistência que pode ser oferecida por equipamentos de musculação, pesos livres, elásticos, outros acessórios ou pelo peso do próprio corpo,  

Até alguns anos atrás, apenas os exercícios aeróbicos eram recomendados e utilizados para a melhora e manutenção da saúde cardiovascular, para idosos, para obesos, osteoporóticos, diabéticos entre outros.  
De fato, até então, os exercícios resistidos eram ignorados, porém nos últimos anos o interesse cientifico tem crescido em relação a esses efeitos sobre a saúde dos seres humanos. 

Então farei uma série de artigos abordando cada uma dessas situações para cada grupo de indivíduos e inicio hoje falando sobre o Treinamento de Força para Idosos.  

Um fenômeno natural e inerente a todos nós seres humanos é o declínio força muscular com decorrer dos anos, esse fenômeno tem o nome de Sarcopenia, (do grego, pobreza de carne). Cerca de um terço da massa muscular perde-se com a idade e 1% ao ano após os 60 anos. Ou seja, perde-se músculo, perde-se força. Logo, a Sarcopenia é encarada com um problema de saúde pois impede que o individuo tenha uma vida independente necessitando de assistência e cuidados constantes. Essa falta e força está atrelada também a diminuição do equilíbrio, perda da agilidade, quedas e fraturas. 

Em todas as atividades diárias requer-se força de um indivíduo, como por exemplo, levantar ou deitar-se na cama, pegar algum objeto no alto de uma prateleira, sentar-se no vaso sanitário, a locomoção de um cômodo para outro ou ainda a habilidade de levar o garfo até a boca. 



Há centenas de publicações de pesquisas sobre os benefícios do treinamento resistido para pessoas acima dos 60 anos de idade, e vários destes estudos demonstraram que, inclusive pessoas acima de noventa anos podem obter ganhos de força muscular com a melhoria da saúde e da capacidade funcional, tornando-se mais entusiasmadas e independentes.

Um programa de musculação bem elaborado pode resultar em inúmeros benefícios para os idosos como aumentos na massa muscular, aumento na densidade óssea e melhoria na performance tanto nas atividades de vida diárias quanto nas atividades que exijam força muscular. Pode ainda haver melhorias :

  • Diminuição nos níveis de dor;
  • Diminuição de gordura intra-abdominal;
  • Motilidade Gatrointestinal;
  • Melhoria nos fatores neurais;
  • Diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares;
  • Diminuição dos riscos de desenvolvimento de Diabetes.



Por Artur Monteiro

As variáveis de um programa de treinamento são: escolha do exercício, ordem dos exercícios, repouso entre as séries e exercício, número de séries, resistência (intensidade) e número de repetições. Segue abaixo as características gerais dos programas de treinamento de força para adultos mais velhos:
Escolha do exercício
Os exercícios principais enfocam os grandes grupos musculares: 4 a 6 exercícios para os grandes grupos musculares; 3 a 5 exercícios suplementares para grupos musculares pequenos são usualmente adicionados. Pesos livres, equipamentos isocinéticos, equipamentos pneumáticos e equipamentos com roldanas têm sido comumente utilizados. É recomendado que exercícios em equipamentos sejam utilizados inicialmente com progressão para pesos livres quando aplicável.
Ordem dos exercícios
Um aquecimento é usualmente seguido de exercícios para os grandes grupos musculares e, então, por atividades de resfriamento. Para sessões nas quais todo o corpo é exercitado, os exercícios podem ser alternados entre membros superiores e inferiores e entre grupos musculares antagonistas.
Repouso entre as séries
O repouso entre as séries determina a demanda metabólica da sessão de treino de força. Devido ao fato de a ativação do tecido muscular estar relacionado à resistência e à qualidade total do trabalho realizado, a duração dos períodos de repouso deve ser consistente com os objetivos do programa. Os períodos de repouso devem ser mais longos se resistências mais pesadas forem sendo usadas e podem ser encurtados conforme a tolerância ao exercício é aumentada. Tipicamente, 1 a 2 minutos têm sido utilizados. Períodos de repouso mais curtos têm sido associados a resistências muito leves, em que a recuperação é mais rápida.
Número de séries
O ponto de partida inicial recomendado consiste em ao menos uma série por exercício para 8 a 10 exercícios. A progressão pode assegurar de 1 a 3 séries ao longo do tempo (dependendo do número de exercícios realizados), na qual a tolerância de 3 séries tem sido mostrada mesmo por idosos frágeis.
Intensidade
A mais comum faixa de percentual de carga examinada é de 50 a 85% do 1RM para 8 a 12 repetições. Cargas mais leves são recomendadas inicialmente. Vários esquemas de carga têm sido recomendados para a progressão, incluindo cargas leves, moderadas e moderadamente pesadas.
Número de repetições
Assim como nas demais populações, a resistência utilizada e o número de repetições realizadas por idosos têm um efeito nas adaptações ao treinamento. Cada série deve envolver 10 a 15 repetições.
Frequência Semanal
A freqüência do treinamento deve ser realizado pelo menos duas vezes por semana, com pelo menos 48 horas de repouso entre as sessões.
Duração da Sessão
As sessões que duram mais de 60 minutos podem ter um efeito deletério sobre a adesão ao exercício, e os indivíduos idosos podem completar as suas sessões do treinamento de resistência corporal total dentro de 20 a 30 minutos.
Referência Bibliográfica:
Fleck, S T & Kraemer, W J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre: Artmed, 2006
acesse também www.metodomaisvida.com.br



Para a melhor idade, aumentar sua massa muscular não significa apenas ficar mais bonito ou jovial, mas, sim, conseguir realizar as atividades diárias sem auxílio, como subir escadas, carregar sacolas, passear e brincar com seus netos, entrar e sair de um carro sem ajuda. Assim, o treinamento adequado faz com que ele continue se sentindo útil na sociedade em que vive, e distanciando-o do sentimento de ser uma pessoa que “dá trabalho” para seus familiares. Além disso, o treinamento de força é fundamental à prevenção de doenças cardiovasculares e respiratórias, podendo diminuir a incidência de câncer e aumentando a longevidade e a qualidade de vida.  Neste contexto, a musculação não só melhora a estética e a saúde física, mas também a saúde social e mental, fazendo com que o idoso permaneça ativo na sociedade em que se insere, corroborando com o conceito de saúde da Organização Mundial de Saúde (física, mental, social e espiritual). Para isso, é indispensável analisar as especificidades inerentes ao envelhecimento, relacioná-las com evolução das cargas de trabalho e quanto tempo descansar entre as sessões de treino, o que torna crucial a prescrição e um acompanhamento de um professor ou treinador com conhecimento e habilidade para cuidar do grupo da melhor idade.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Sibutramina

sibutramina é um fármaco utilizado no tratamento da obesidade, com mecanismo de ação diferente da d-fenfluramina e d-anfetamina (Heal et al., 1998). Pode ser encontrada sob duas formas, sal anidro e cloridrato monoidratado de sibutramina, sendo que a sibutramina anidra A não possui estudos clínicos de eficácia e segurança e tem origem desconhecida; portanto, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a sua importação no Brasil. 

Foi desenvolvido inicialmente como antidepressivo no final de 1980. Nos ensaios clínicos foi verificado que o medicamento reduzia o apetite. Então, sob o nome Meridia®, foi comercializado nos EUA e Alemanha. Em 1999, ganhou o nome de Reductil®.


   









O princípio em que a Anvisa se escuda para justificar a disposição é correto: os benefícios apresentados por uma droga devem superar seus riscos. A questão é que essa é uma conta quase impossível de fazer sem considerar cada paciente individualmente.






Médico pesquisador na área de obesidade e emagrecimento, Pieter Cohen, professor-assistente da Harvard Medical School, defende que drogas como a sibutramina sejam proibidas. A seguir trechos da entrevista à Folha.

Folha - O sr. acredita que banir a venda de emagrecedores é o melhor para o obeso?
Pieter Cohen - Quando as drogas para a perda de peso aumentam os riscos de doenças graves, como derrames e ataques cardíacos, é importante removê-las do mercado. É muito tentador ter medicamentos que causam perda de peso a curto prazo, mas representam riscos à saúde. Orlistat [Xenical] é hoje o único medicamento de segurança, embora não seja muito eficaz. Todos os outros disponíveis, incluindo sibutramina, deveriam ser proibidos.
Segundo endocrinologistas, a sibutramina é segura se bem-indicada, e sua proibição vai aumentar a obesidade. O que sr. pensa sobre isso?
O estudo Scout mostrou que sibutramina aumenta o risco de doenças cardíacas e derrames. Na minha opinião baseada em evidências, ela não tem nenhum papel na atual gestão da obesidade.
Qual é o tratamento seguro para obesidade?
É o trabalho duro de comer menos, comer mais saudável e fazer mais exercício físico. É o único tratamento seguro e eficaz para a obesidade. Mas precisamos ter metas realistas. Mesmo com as mudanças no estilo de vida, perder 10% do próprio peso é excelente. Objetivos da perda de peso muitas vezes irrealistas levam a dietas perigosas.
E as cirurgias para a perda de peso? Não há risco de aumentar a indicação delas por conta da proibição das drogas?
A cirurgia gástrica "by pass" é o único tratamento reconhecido pela eficácia na significativa perda de peso, a longo prazo. Quando as pessoas sofrem de doenças relacionadas à obesidade e estão muito acima do peso é uma excelente opção. Para pacientes bem selecionados, os riscos são menores do que os riscos de sua obesidade. Quando feita em centros com grande experiência, pode ser muito benéfica, em especial para obesos com diabetes.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Afinal, Alongar ou não?


De partida,devemos esclarecer que “alongamento” e “flexibilidade” não são sinônimos. Alongamento é o nome dado a um método cientifico para exercitar a flexibilidade(SOLVEBORN, 1988). Já a flexibilidade é a capacidade de um atleta executar movimentos de grandes amplitude, ou sob forças externas, ou ainda que requeiram a movimentação de muitas articulações(WEINECK, 1999)

Diz-se que a flexibilidade,ou mobilidade, é um pré requisito para desempenhar habilidades com alta amplitude e aumentar a facilidade com que o atleta pode executar movimentos rápidos. A explicação para esse fenômeno deve-se ao fato de que a amplitude do movimento deve ser maior que a requerida no movimento. O que explica então a necessidade da “reserva de flexibilidade”, a qual o atleta deve desenvolver para estar protegido contra lesões (BOMPA,2002). O autor acrescenta ainda que são afetadas adversamente com o déficit de flexibilidade a força, velocidade e coordenação, dificulta o aprendizado ou o aperfeiçoamento de vários movimentos.

Entre os fatores que influenciam na flexibilidade podemos citar a forma,tipo e estrutura de uma articulação,ligamentos e tendões, os músculos que passam ou são adjacentes a uma articulação. Garotas são mais flexíveis que garotos, e indivíduos em geral alcançam sua flexibilidade máxima entre os 15 e 16 anos. A temperatura corporal ou a temperatura que o músculo se encontra também afeta a flexibilidade, chegando a um aumento de até 20% após um aquecimento local. Dado este último item, parece indesejável, ao contrário do que muitos profissionais aplicam, realizar o alongamento antes de um pré aquecimento. A hora do dia também parece interferir na mobilidade articular, onde as maiores são encontradas entre as 10:00 e 11:00 horas e 16:00 e 17:00 horas. Os menores valores são encontrados nas primeiras horas da manhã.

Existem alguns desencontros de opiniões quando se tratando da relação força x flexibilidade. Devo posicionar-me dizendo que a força é um componente da flexibilidade, e que essas valências físicas não são concorrentes. Ou seja, o aumento da flexibilidade não tem influência negativa sobre a força e a recíproca também não é verdadeira.

A força e a flexibilidade são compatíveis por que a primeira depende da secção longitudinal do músculo, e a última depende de quanto um músculo pode se alongar”.(BOMPA, 2002)

Talvez isso explique o porquê o ginasta faz isso o tempo todo e não tem interferência em sua performance, e também o porque o Michael Phelps continua se alongando no aquecimento.


                            

Exibido em 19/08/2009, o programa "Esporte e Atividade Física" aborda o tema "Tensão muscular e atividade física". A Prof. Gisele Monteiro trata o assunto de forma didática, expondo os processos que levam à tensão e as alternativas para minimizar seus efeitos. Vídeo 2/6

A segunda parte deste post foi retirada do Blog do Professor Artur Monteiro e produzido pela sua esposa Profa. Ms Gisele Monteiro e transcrito na íntegra! 

A tensão muscular pode ser usada como um bom indicador do estresse físico e emocional. Toda tensão psicológica ou física se traduz por um aumento da tensão muscular, que tem como função preparar o corpo para uma situação de defesa. Quando essas situações ultrapassam o limite do organismo suportar o estresse, existe um processo de não recuperação do organismo, produzindo tensão muscular excessiva que terá ainda outros efeitos sobre o funcionamento do corpo.
Essa tensão muscular excessiva é responsável no estado de estresse pelas contrações dolorosas de certos músculos, os quais desenvolvem contraturas, denominadas Pontos-Gatilho ou Pontos Sensíveis (nódulos duros encontrados nos músculos).
EFEITOS QUE PODEM ESTAR ASSOCIADOS AO AUMENTO DA TENSÃO
  • má postura: leva ao encurtamento muscular e estes quando forçados a um alongamento podem causar dor local e referida.
  • bruxismo: ranger dos dentes que podem ocorrer pela contração muscular crônica
  • cefaléia de tensão (ou de contração muscular): dores de cabeça que podem ocorrer devido ao aumento da tensão muscular e irritação dos pontos-gatilho.
O ponto-gatilho (X) que produz a dor referida  pode estar associado com a cefaléia (dores de cabeça) de tensão.
A atividade física é um meio eficaz de atuar nessas situações, pois além de agir diminuindo o stress, pode atuar na musculatura fazendo com que o tecido conjuntivo e a musculatura retornem ao seu comprimento natural. Além dessa ação há também o efeito sobre o tônus muscular, diminuindo-o pela sua ação sobre os órgãos proprioceptores, principalmente quando utilizam-se os exercícios de alongamento.

IMPORTANTE

Para o relaxamento do Ponto sensível:
  • Realize sempre exercícios de alongamento ao final do seu treinamento.
  • A massagem no ponto-gatilho pode ter um resultado excelente tanto para o relaxamento muscular quanto para a postura.
  • A massagem suave pode também ser realizada antes, durante e após o alongamento.




Acesso em 23/10/2012 as 21:00;




sábado, 20 de outubro de 2012

Cafeína e Exercício


Histórico;

A história do café começou no século IX. O café é originário das terras altas da Etiópia (possivelmente com culturas no Sudão e Quênia) e difundiu-se para o mundo através do Egito e da Europa. Mas, ao contrário do que se acredita, a palavra "café" não é originária de Kaffa — local de origem da planta —, e sim da palavra árabe qahwa, que significa "vinho"(قهوة), devido à importância que a planta passou a ter para o mundo árabe.
Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi observou que suas ovelhas ficavam mais espertas ao comer as folhas e frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o fato, começou a utilizar uma infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava.
Parece que as tribos africanas, que conheciam o café desde a Antiguidade, moíam seus grãos e faziam uma pasta utilizada para alimentar os animais e aumentar as forças dos guerreiros. Seu cultivo se estendeu primeiro na Arábia, introduzido provavelmente por prisioneiros de guerra, onde se popularizou aproveitando a lei seca por parte do Islã. O Iêmen foi um centro de cultivo importante, de onde se propagou pelo resto do Mundo Árabe.

Efeito Ergogênico;

O uso dos chamados agentes ergogênicos no esporte de alto rendimento desencadeou um processo que representa atualmente uma das grandes preocupações na área das Ciências do Esporte, tanto no que diz respeito ao combate ao doping, como também no âmbito do uso indiscriminado de drogas e suplementos nutricionais com objetivos puramente estéticos.

A Medicina Esportiva estabelece um conceito para o termo “agente ergogênico” que abrange todo e qualquer mecanismo, efeito fisiológico, nutricional ou farmacológico que seja capaz de melhorar a performance nas atividades físicas esportivas, ou mesmo ocupacionais.
Dessa forma, podemos subdividir os agentes ergogênicos em 3 grupos:

a) fisiológicos;
b) nutricionais;
c) farmacológicos.



 




Dependendo do seu preparo, uma xícara de café fervido contém entre 60 e 150 mg de cafeína, de café instantâneo, cerca de 100 mg; de chá fervido entre 20 e 50 mg; e de refrigerantes cafeinados cerca de 50 mg.  

ANVISA, em abril de 2010, normalizou a suplementação de cafeína isolada (não adicionada de vitaminas, minerais e outras substâncias) em 210 – 420 mg a dose por porção. A forma mais comum de apresentação da suplementação de cafeína é a cápsula. Torna-se importante ao nutricionista e ao médico conhecerem a procedência do produto e o laboratório que o produz, pois é comum a presença de efedrina em suplementos com cafeína, os quais prometem reduzir medidas e “queimar” gorduras. O uso de efedrina é perigoso porque essa substância provoca aumento da pressão arterial, principalmente a sistólica, e ocasiona risco cardiovascular, além de não ser permitido pela legislação brasileira para fins ergogênicos.

 O Comitê Olímpico Internacional que retirou de sua lista de substancias proibidas a cafeína em 2004, classifica a mesma atualmente, como uma droga restrita, positiva em concentrações acima de 12mg/L na urina. (TARNOPOLSKY, 1993). A possibilidade de que a cafeína possa exercer algum efeito ergogênico nos exercícios de longa duração vem sendo investigada por diversos pesquisadores desde a década de 70. No entanto, os resultados destes estudos apresentam algumas controvérsias devido a falta de padronização das metodologias (tipo de exercício; intensidade e duração dos exercícios; dosagens de cafeína; tolerância) utilizadas nos experimentos. Além disso, este tipo de estudo é complicado uma vez que a cafeína afeta quase todos os tecidos do corpo dificultando a observação de seus mecanismos de ação. (NEHLIG et al., 1994).
   
Mecanismo Fisiológico;

Nos 15-45 minutos após a ingestão, a cafeína começa a atuar a nível fisiológico, atingindo o máximo efeito no sistema nervoso central (SNC) entre 30 e 60 minutos após a ingestão.

A cafeína afeta quase todos os sistemas do organismo, sendo que seus efeitos mais óbvios ocorrem no sistema nervoso central (SNC). Quando consumida em baixas dosagens (2-10mg/kg), a cafeína, provoca aumento do estado de vigília, diminuição da sonolência, alívio da fadiga, aumento da respiração, aumento da liberação de catecolaminas, aumento da freqüência cardíaca, aumento no metabolismo e diurese. Em altas dosagens (15mg/kg) causa nervosismo, insônia, tremores e desidratação (CONLEE, 1991).

A nível metabólico, os investigadores acreditam que a cafeína é um antagonista da adenosina e, ao contrário do efeito sedante, provocam um efeito estimulador e, posteriormente podem reverter o efeito sedante provocado pela adenosina. Outra possibilidade relatada em estudos é a possibilidade de as metilxantinas (p.ex. cafeína) ativarem a libertação de dois aminoácidos excitatórios (glutamato e aspartato) que desempenham um papel fundamental como principais neurotransmissores estimuladores do cérebro.

Todos conhecemos os efeitos da cafeína, desde o aumento do ritmo cardíaco à diminuição do tempo de reação a estímulos visuais e auditivos. Estudos comprovam que a cafeína é capaz de aumentar a performance dos indivíduos em tarefas manuais tais como conduzir, apesar de poder diminuir a performance em tarefas que envolvam coordenação muscular complexa.
    
É comum que as mulheres grávidas sejam aconselhadas a reduzir ou cortar totalmente a ingestão de café durante a gravidez devido ao perigo de deformações fetais. Devido à impossibilidade de efetuar experiências com humanos, experiências com ratos permitiram estimar que apenas doses superiores a 70 chávenas por dia poderiam causar deformações.



No Exercício;

Estudos comprovam que a cafeína é capaz de aumentar a performance dos indivíduos em tarefas manuais tais como conduzir, apesar de poder diminuir a performance em tarefas que envolvam coordenação muscular complexa.




O efeito ergogênico da cafeína sobre a performance em exercícios físicos com características aeróbias (moderados de média e longa duração) tem sido evidenciado pela literatura. Contudo, o efeito desta substância sobre a performance anaeróbia (alta intensidade e curta duração) ainda não esta claro, da mesma forma que os mecanismos de ação envolvidos nesse tipo de esforço físico, indicando a necessidade de novas pesquisas com intuito de esclarecer a verdadeira ação desta substância sobre o metabolismo anaeróbio.

Alguns estudos têm indicado aumento da força muscular acompanhado de maior resistência à instalação do processo de fadiga muscular após a ingestão de cafeína. Entretanto, ainda não está totalmente claro qual o mecanismo de ação responsável pelo aumento da força muscular; todavia, sugere-se que isso ocorra muito mais pela ação direta da cafeína no SNC do que pela sua ação em nível periférico.

Quanto aos exercícios máximos e supramáximos de curta duração, os resultados têm-se demonstrado controversos. Embora a maioria dos estudos dessa natureza demonstre que a ingestão de cafeína melhora significativamente a performance em exercícios máximos de curta duração (<5 minutos), o mesmo não se pode dizer com relação a tais exercícios quando precedidos por exercícios submáximos prolongados. Nesses casos, a performance atlética parece não sofrer qualquer alteração. Entretanto, esses resultados necessitam de confirmação, assim como de maior esclarecimento quanto aos mecanismos de ação da cafeína nesses tipos de esforços.


Principais mecanismos de ação propostos para a cafeína no exercício;

  • Atuação na mobilização de cálcio muscular, promovendo a duração da contração muscular, o que favoreceria o desempenho em exercícios de alta intensidade e curta duração (anaeróbio);
  • Aumento da mobilização de gorduras livres na circulação devido a ativação de enzimas lipases, o que poderia promover a ativação de mecanismos de queima destas gorduras e a maior preservação do glicogênio muscular. Assim, haveria a possibilidade de prolongamento do exercício de longa duração (aeróbio);
  • Atuação no sistema nervoso central promovendo estado de alerta e estimulando o funcionamento cardiovascular.






Referencias Bibliográficas;

http://www.scielo.br/pdf/abem/v45n2/a02v45n2.pdf

http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v42n1/29856.pdf

http://www.efdeportes.com/efd66/cafeina.htm

http://www.cdof.com.br/acsm11.htm

http://www.anutricionista.com/a-cafeina-no-exercicio-de-alta-performance.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_caf%C3%A9







quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Nuno Cobra- Preparação Física e Mental


A aproximadamente oito anos atrás uma pessoa me fez uma sugestão de leitura. Eu ainda nem imaginava me tornar um Educador Físico e muito menos Preparador Físico. 
Li o livro, gostei muito, mas pouco fiz e acredito que pouco tinha absorvido daquela leitura. 

Ontem, dez de outubro de 2012, clico um link que me chamou a atenção. Era um vídeo falando sobre sobre o "Método Nuno Cobra". O mesmo Autor do livro "A Semente da Vitória" que eu lera a 8 anos a atrás. 
Foi então que encontrei uma entrevista muito bacana e de imediato resolvi dividir com vocês. 




Esse vídeo que você acabou de assistir é a primeira parte de um total de 5. Se quiser assistir na integra a entrevista, abra o vídeo no Youtube.com e aproveite. 


Por fim deixo um rápido vídeo de 30 segundos de um ídolo brasileiro, Ayrton Senna, que sintetiza muito bem a mensagem que Nuno quer passar e que eu acredito muito. 










quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Vídeo 3 - Treinamento para Crianças e Adolescentes;

Indico este vídeo para os Educadores Físicos que trabalham com crianças e também para pais que tem filhos  nessa idade passando pelo processo de iniciação em qualquer que seja a modalidade.

Esse vídeo é a segunda parte de um total de oito. Se você achar interessante e quiser continuar assistindo, vá até os vídeos relacionados e continue assistindo essa ótima conversa. 





Programa Esporte e Atividade Física, exibido em 20.05.2009, com a participação do Prof. Luíz Roberto Rigolin, especialista em treinamento físico para crianças e adolescentes. Apresentação do Prof. Artur Monteiro, com o apoio de Débora Elias.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012


A DOR MUSCULAR DO DIA SEGUINTE

Existe um quadro de dor muscular que todos nós já experimentamos. Trata-se daquela dor que aparece não imediatamente após, mas no dia seguinte de uma atividade ou esforço físico mais intenso, mais prolongado ou que se caracterize por movimentos ou posturas que não estamos acostumados a fazer.
Na hora, ou imediatamente após, temos somente aquela sensação de cansaço um pouco mais acentuado e que parece que não vai ter nenhuma consequência maior. No entanto, o dia seguinte as vezes é tenebroso !
Geralmente a constatação do “estrago” ocorre ao sair da cama no dia seguinte, quando muitas vezes a percepção é de se estar totalmente “travado”.
Este quadro era geralmente associado ao acúmulo de ácido láctico nos músculos, tanto é que o que se costumava recomendar é que o indivíduo fizesse exercícios para “soltar” ou desintoxicar os músculos.
Na realidade a suposição acima constitui-se em um erro conceitual que pode-se dizer é consagrado pelo uso. O quadro da dor do dia seguinte não tem nada a ver com o chamado ácido lactico, nem se constitui numa situação que os músculos estejam intoxicados. O que acontece é o seguinte: Quando solicitamos nossos músculos acima de um certo limite de tolerância, o qual varia demais de um indivíduo para outro, provocamos o que a ciência chama de micro-traumas.
Trata-se de um trauma microscópico que acomete algumas fibras musculares “machucando” os músculos. A resposta a este trauma vai ser um processo de reparação do “estrago” que se caracteriza por um processo inflamatório. Desencadeia-se então uma inflamação dos músculo inclusive com um processo de edema que chega a provocar aumento de volume. Isto dói e chega em casos mais sérios a provocar incapacitação funcional. Algumas vezes pode provocar até aumento da temperatura corporal.
Felizmente este processo evolui em pouco tempo (no máximo alguns dias) para a absoluta normalização sem deixar nenhuma sequela.
A questão é reconhecer o quadro e não conduzir o período de recuperação de forma errada. Fazer exercícios com o músculo dolorido, alongar os músculos etc não vão ajudar em nada, podendo até causar um dano maior.
As dores musculares consequentes à prática  de atividade física intensa constituem um dos quadros mais comumente observados entre praticantes de esportes e exercícios tanto recreativos quanto estéticos.
O quadro é transitório e clinicamente descrito por sinais e sintomas que na literatura científica, tem sido denominado de DOMS (Delayed Onset of Muscle Soreness) (Carter, Dobridge, Hackney 2001, Brockett, Morgan, Proske 2001, Kulig, Powers, Shellock, Terk 2001), ou DMIT (dor muscular de início tardio).
A DOMS tem sido caracterizada na literatura por edema, perda da amplitude de movimento (ADM) devido a diminuição da flexibilidade, perda de força muscular do membro afetado, aumento dos níveis séricos de Ceatina Quinase (CK), Desidrogenase Láctica (DHL), mioglobina e fragmentos da cadeia pesada de miosina e manifestação subjetiva de dor muscular.
O quadro é, a consequência de um processo inflamatório desencadeado pela ocorrência de micro-traumas difusos nas fibras musculares solicitadas, com manifestações dolorosas de leves a intensas e que são exacerbadas pela movimentação ou palpação. A dor pode ser experimentada entre 8- 72 horas após o exercício, podendo persistir  por 5 –10 dias, e cujo pico pode ocorrer entre 24 e 48 horas após sua indução. (Bobbert, Hollander, Huijing 1986, Newham, Jones, Ghosh , Aurora 1999, Cleak, Eston 1992, Craig, Cunningham, Walsh, Baxter, Allen 1996).
O aumento à sensibilidade dolorosa, é resultado do edema e da sensibilização dos nociceptores intramusculares por substâncias algogênicas liberadas após o estiramento e ruptura da banda Z (dano muscular).
A DOMS poder ser provocada por qualquer exercício não habitual e  com intensidade e/ou duração maior que o habitual, porém, os exercícios excêntricos, ou seja, aqueles que solicitam que o músculo se contraia enquanto é alongado, são reconhecidamente capazes de provocar maior trauma e, portanto maior incidência do processo (Paddon-Jones, Muthalib,  Jenkins 2000, Dierking, Bemben, Bemben, Anderson 2000).
Este maior dano muscular decorrente do exercício excêntrico é explicado pela exposição de um número relativamente pequeno de fibras musculares a altos picos de torque, gerados durante o alongamento ativo.
Quanto ao tratamento do quadro, encontramos na literatura vários procedimentos propostos, como por exemplo: suplementação nutricional pós-treino e a base de antioxidantes, manipulação, alongamento, hidroginástica, massagem, crioterapia, compressão, eletro, termo e fototerapia, além do uso de medicação analgésica e/ou anti-inflamatória. (Zhang, Clement, Taunton 2000, Almekinders 1999, Johansson, Lindstrom, Sundelin, Lindstrom 1999, Craig, Barron, Walsh, Baxter, 1999, Craig, Barron, Walsh, Baxter, Allen 1999, Phillips, Childs, Dreon, Phinney, Leeuwenburgh 2003).
Co-autora: Dra Gerseli Angeli

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Retirado de http://drturibio.com/ às 15:00 de 08/10/2012

domingo, 7 de outubro de 2012

Vídeo 2
CREATINA


Acredito muito no poder ergogênico desse suplemento, por isso faço o uso desse composto junta a minha equipe.

Por esse motivo vim dividir com vocês profissionais da área, atletas profissionais ou não ou ainda pessoas que estejam interessados em fazer uso desse suplemento, um vídeo rápido e que reúne bastante informação a respeito. 


Nessa Palestra, a profissional fala a respeito de ;


  •  Anvisa 2010 Medicamento/Alimento;
  •  Indiscutíveis efeitos ergogênicos;
  • Sobrecarga Renal;
  • Dose diária;
  • Produção e Armazenamento;
  • A creatina "incha" ou ajuda no ganho de massa muscular?




quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Vídeo 1- Suplementação Esportiva;

Fernando Sardinha fala sobre Glutamina, Treinamento de Força com idosos/crianças, Malto Dextrina, BCAA e Treinos Prolongados/Catabolismo.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Diferentes processos de Recuperação

exercício físico caracteriza-se por ser um período onde o catabolismo agudo (fracionamento) predomina sobre o anabolismo (construção). Neste período, reservas de compostos energéticos como o glicogênio e os fosfagênios são diminuídas ao mesmo tempo que quantidades significativas de lactato se acumulam no organismo, mais precisamente nos músculos e na corrente sangüínea.


O processo de recuperação após o esforço físico, definido por Devlin e Horton (1989) como um período de transição da fase catabólica que ocorre durante o exercício para uma fase anabólica, tem como finalidades repor as reservas energéticas gastas assim como também retirar o lactato acumulado na corrente sangüínea e nos músculos por ocasião do exercício. Neste artigo, a intenção é demonstrar como este processo de recuperação funciona e compreender quais são as melhores medidas a serem adotadas para que este processo possa ocorrer de maneira mais rápida e satisfatória possível. 


Inicialmente faremos uma breve explanação sobre a importância do oxigênio de recuperação e posteriormente mostraremos a relação deste com a restauração das reservas energéticas e com a remoção do lactato no sangue e nos músculos. 


1 - Oxigênio de recuperação


  Segundo Fox (2000, p.48) "o oxigênio de recuperação pode ser definido como a quantidade global de oxigênio consumida durante a recuperação após um exercício". Você que faz exercício físico já deve ter percebido que assim que uma atividade física é encerrada, o consumo de oxigênio continua muito elevado e durante os primeiros dois ou três minutos declina muito rapidamente. Esta fase inicial de recuperação é denominada componente rápido da recuperação. Vários são os objetivos desta fase, tais como: restauração da mioglobina com o oxigênio, restauração dos níveis sangüíneos de oxigênio, o custo energético da ventilação elevada e da atividade cardíaca elevada. Porém, para nossos estudos, a mais importante função deste componente rápido de recuperação é a restauração das reservas dos fosfagênios (ATP e PC). Após os primeiros dois ou três minutos de recuperação, o consumo de oxigênio declina mais lentamente até vir aalcançar um ritmo constante de repouso. Esta fase agora é denominada de componente lento da recuperação e também tem várias finalidades. Para nossos estudos, pode-se dizer que a importância desta fase reside no fato dela estar associada a restauração das reservas de glicogênio assim como também à oxidação do ácido lático. 


2- Restauração das reservas de fosfagênios (ATP-PC) 


Os fosfagênios são os primeiros compostos energéticos gastos durante uma atividade física. Vários estudos mostram que a restauração destes compostos ocorre muito rapidamente, sendo aproximadamente 70% restaurados nos primeiros 30 segundos após o exercício e os 30% restantes restaurados dentro de um período que oscila entre 3 e 6 minutos. 


A restauração dos fosfagênios requer uma certa quantidade de ATP. Este ATP será fornecido principalmente pelo sistema aeróbio através do oxigênio consumido durante o componente rápido de recuperação e secundariamente pelo sistema anaeróbio através da glicólise anaeróbia (Fox, 2000). 


3 - Restauração do glicogênio muscular


Ao contrário dos fosfagênios, que são restaurados em poucos minutos, o glicogênio muscular leva dias para ser restaurado completamente. A quantidade destes dias dependerá basicamente de dois fatores: 1) o tipo de exercício praticado (longa duração e contínuo ou curta duração e intermitente) e 2) alimentação no período de recuperação. 


Para exercícios físicos de longa duração e sem intervalos, observa-se que nas primeiras duas horas de recuperação a quantidade de glicogênio muscular restaurada é insignificante. Após este período, tudo irá depender da alimentação. Se for uma alimentação rica em carboidratos, aproximadamente 60% do glicogênio muscular é reposto em 10 horas e os 40% restantes são completamente restaurados em um período de dois dias. Já se a alimentação for pobre em carboidratos, pode ser que até mesmo em um período aproximado de 5 dias a restauração do glicogênio muscular seja insignificante. 


Para exercícios físicos de curta duração e com intervalos, observa-se que nos primeiros 30 minutos de recuperação uma quantidade significativa de glicogênio muscular é restaurada, mesmo que não haja ingestão alimentar. A restauração completa requer um período aproximado de vinte e quatro horas; porém, cerca de 53% do glicogênio é ressintetizado rapidamente dentro das primeiras cinco horas de recuperação sem que haja necessidade de uma alimentação rica em carboidratos. 


O ATP necessário para a restauração do glicogênio é proveniente do componente lento de recuperação. O sistema aeróbio produz este ATP cuja função é servir como fonte de energia suficiente para unir os precursores comuns do glicogênio (lactato, piruvato e glicose) em um processo conhecido como neoglicogênese. 


4 - Remoção do lactato no sangue e nos músculos


  Durante o exercício físico o lactato se acumula no sangue e nos músculos como resultado da glicólise anaeróbia. Quanto mais o atleta variar a intensidade de seu ritmo de atividade, mais ele estará entrando em estado de déficit de oxigênio e maior será o acúmulo de lactato no sangue e nos músculos. Um dos objetivos do período de recuperação após o esforço físico é a remoção deste lactato acumulado. O oxigênio consumido durante o componente lento de recuperação é quem vai ser o responsável por uma boa parte desta remoção, oxidando o lactato de modo a convertê-lo em CO2 e H2O. 


Vários estudos comprovam que a remoção do lactato ocorre mais rapidamente quando a recuperação é ativa (com exercício) do que quando é passiva (sem exercício). Esta informação sugere que os praticantes devam exercitar-se continuamente durante o período de recuperação, em vez de entrar completamente em estado de repouso (Fox, 2000). Neste contexto, sabe-se que o ritmo ideal de execução de exercícios para a melhor remoção de lactato em indivíduos destreinados é de 30% a 45% do VO2 máx. Já para indivíduos treinados, 50% a 65% do VO2 máx. 


Conclusões


As principais conclusões que podem ser tiradas do presente estudo bibliográfico são: 


* O oxigênio de recuperação é o elemento chave no processo de recuperação após o esforço físico. O componente rápido é o principal agente para a restauração dos fosfagênios, enquanto que o componente lento tem as funções de restaurar as reservas de glicogênio assim como também remover o ácido lático da corrente sangüínea e dos músculos. 


* A restauração dos fosfagênios é a mais rápida entre as fontes energéticas. Bastam alguns minutos para sua completa restauração e a mesma não depende da ingestão de alimentos. 


* A restauração completa do glicogênio leva alguns dias para ser efetuada. A quantidade destes dias depende de 2 fatores: o tipo de exercício praticado e a alimentação no período de recuperação. 


* O principal responsável pela remoção do lactato na corrente sangüínea e nos músculos é o oxigênio consumido durante o componente lento de recuperação. Sabe-se também que este lactato é removido mais rapidamente com uma recuperação ativa do que com uma recuperação passiva. 


Referências bibliográficas:


  1) FOSS, Merle L., KETEYIAN, Steven J. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. Traduzido por Giuseppe Taranto. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.